RIO DE JANEIRO - Estou
preocupado com os "black blocs". Eles garantem que "Não vai ter Copa!",
mas temo que o aparato que usam hoje nas manifestações - capacete,
viseira, máscara contra gases, jaqueta preta, calças de combate,
joelheira, botas, porrete, estilete e estilingue, perfeitos para
enfrentar a PM– seja insuficiente para os novos inimigos que eles terão
de encarar. E, contra esses inimigos, as lixeiras incendiárias, os
postes a guisa de aríetes e a plêiade de advogados a seu favor serão
inúteis.
Os
"black blocs" já não contam com as centenas de milhares de pessoas de
junho passado, com as quais podiam misturar-se. Aliás, foi por causa
deles que elas preferiram ficar em casa. Com isso, os "black blocs"
reduziram-se a uns 100 militantes no RJ e em SP e nem isso nas outras
cidades. Até o América tem mais torcedores.
Contra
si, eles terão os milhões de interessados em que haja Copa. Entre
estes, estão os camelôs, já preparados para vender exclusivos produtos
FIFA fabricados na China ou em Nova Iguaçu, e os ambulantes, com seus
monumentais estoques de cerveja e de camisas falsificadas do Brasil e
das outras seleções.
Os
"black blocs" precisarão também se explicar para a mais terrível das
máfias, a das vans, que não gostará de se ver prejudicada pela não vinda
ou pela partida às pressas dos, idem, milhões de turistas, de fora ou
domésticos, que são esperados nas cidades-sede. Se eu fosse "black
bloc", evitaria desagradar esses profissionais do transporte.
Por
fim, se os "black blocs" conseguirem chegar vivos às imediações dos
estádios, arriscam-se a ser exterminados pelas torcidas organizadas,
como as do Corinthians, Vasco, Atlético Paranaense, Cruzeiro e outras -
que não abrem mão da Copa e dispõem de rojões, soco-inglês e paus com
pregos na ponta para mostrar que não se submetem a amadores. Blog Corumbá
Potiguara
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